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Como saber se tenho a síndrome do piriforme

Dr. Daniel Daniachi Ortopedista e Traumatologista especialista em cirurgia do quadril

Quando se sente alguma dor no quadril, normalmente as pessoas a associam a um quadro de artrite, artrose, bursite ou dor ciática, por exemplo, que são problemas mais conhecidos. Entretanto, pouco se sabe que na verdade pode se tratar de uma condição menos comum, mas também dolorosa e que atinge essa articulação, chamada Síndrome do Piriforme

Aliás, vale ressaltar que muitas vezes existe certa dificuldade de chegar a esse diagnóstico, uma vez que o problema se trata de uma condição rara e pode ser confundida com outras doenças que também afetam essa área, comprometendo a adoção do tratamento adequado.

O piriforme consiste num músculo que fica na região do quadril, mais precisamente numa área profunda da nádega, e é responsável pelos movimentos de rotação da coxa e pela estabilização da pelve. 

E quando se fala em síndrome do piriforme, se refere a uma condição neuromuscular, em que o nervo ciático se encontra numa posição anatômica inadequada ou quando ele sofre uma compressão exagerada por conta da contratura do músculo, podendo se dar inclusive por excesso de exercícios que sobrecarreguem os glúteos ou por excesso de carga.

Em outras palavras, a síndrome do piriforme é caracterizada por uma pressão constante no nervo ciático que resulta numa inflamação e, como consequência, causa dor intensa no quadril e na região das nádegas.

Afinal, como saber se tenho a síndrome do piriforme?

Essa inflamação é mais comum em mulheres, mas também pode acometer os homens, e também atinge em grande parte os idosos, que tendem a passar muito tempo sentados e possuir pouca flexibilidade. Entretanto, pode se dizer que a maioria dos casos afeta os ciclistas, corredores, dentre outros atletas praticantes de modalidades que exigem muito das pernas.

Assim como acontece na dor ciática, a síndrome do piriforme tem como principal sintoma a dor na região lombar que irradia para as nádegas e para a parte de trás das coxas, sendo mais evidente em um dos lados do corpo, geralmente o direito. Também podem ser sentidos formigamento, queimação e fraqueza, que pioram ao permanecer sentado ou quando se faz o movimento de rotação, como ao cruzar as pernas.

Os sintomas estão relacionados à compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme e, portanto, podem ser notados principalmente na região lombar, glúteos e coxas também podem ser notados:

  • Dor com sensação de pontada ou “facada”;
  • Dor que também pode atingir a parte lateral da perna;
  • Sensação de dormência na nádega ou na perna;
  • Durante um período de dor aguda, o indivíduo pode andar mancando;
  • Ter a primeira crise durante a gravidez, por conta do aumento de peso.

Diagnóstico e tratamento

Por meio de avaliação clínica, o médico analisa os sintomas relatados e realiza testes específicos, a fim de descartar outras possíveis condições que tenham sintomas semelhantes, como a dor glútea profunda ou lombociatalgia (disfunções lombares que irradiam para os membros inferiores). Também podem ser solicitados exames de imagem, como raio-X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para um diagnóstico mais preciso.

O tratamento consiste, num primeiro momento, no uso de medicamentos que proporcionem o alívio da dor, como analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, e na indicação de fisioterapia com fins de reabilitação da região lesionada e fortalecimento do músculo. 

Também pode ser recomendado o tratamento por infiltração, que se trata da aplicação de medicamentos diretamente na área afetada, além de terapias alternativas, como acupuntura e massoterapia, que atuam na correção da contratura muscular do piriforme e de outras musculaturas da região lombar.

Da mesma forma, sessões de massagem e alongamentos específicos, além de repouso, também podem entrar como terapias complementares que auxiliam nesse processo, podendo ser indicada também a aplicação de toxina botulínica, a fim de imobilizar o músculo piriforme e, assim, fazer com ele deixe de pressionar ou diminua o atrito com o nervo ciático.

Em casos mais severos, quando não há uma resposta satisfatória ao tratamento conservador, pode ser indicada a intervenção cirúrgica.

Como evitar a síndrome do piriforme?

Fortalecer a região glútea é uma das principais formas de prevenção, em especial com a execução de movimentos de rotação e abdução do fêmur. Entretanto, é de extrema importância se atentar à carga utilizada na realização dos exercícios, uma vez que, se houver excesso, pode causar inflamação em vez de ajudar a prevenir o quadro.

Além disso, a falta de flexibilidade na região glútea também é um fator de risco para a síndrome do piriforme, principalmente por contribuir para um desalinhamento postural e consequentemente o surgimento de lesões. Portanto, incluir exercícios de alongamento na rotina de treino também é altamente recomendado.

Ademais, pessoas que trabalham sentadas ou permanecem por muito tempo nessa posição devem se levantar e fazer caminhadas com frequência para movimentar o corpo.

Por fim, ao menor sinal de dor, é fundamental buscar ajuda médica para obter um diagnóstico preciso e, se necessário, realizar o tratamento adequado o quanto antes.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Daniel Daniachi Ortopedista e Traumatologista especialista em cirurgia do quadril

Formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), possui residência médica em Ortopedia e Traumatologia pela mesma instituição de ensino e subespecialização em Cirurgia do Quadril.
Registro CRM-SP nº 117036.